quarta-feira, 6 de julho de 2011

Atividade sobre Leitura e Ciência

Olá pessoal,
a discussão que tivemos na última sexta foi, para mim, bastante rica. Espero que tenha sido para vocês também.
Baseada nela, gostaria de propor a seguinte atividade:
O curta-metragem Ilha das flores é uma produção brasileira de 1989, que apesar de ter sido produzido em uma época bem diferente da atual, apresenta questões que ainda se encontram presentes na nossa sociedade.

Assistam a esse curta e respondam os questionamentos abaixo:







Como você discutiria o filme, sabendo que muitos alunos e alunas passam ou passaram por situação semelhante a das pessoas que vivem na "Ilha das flores"?



Que textos presentes na cartilha podem ser relacionados com este documentário?



O fato de termos um "telencéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor" nos faz superiores aos outros seres vivos?



Na sua opinião, como a Ciência poderia colaborar para a melhoria das situações de consumismo e miséria mostradas no "Ilha das flores"?



Caso queiram acrescentar mais alguma discussão que consideram relevante, sintam-se à vontade.



Abraços,



Adeline Sales



(adelinebs@hotmail.com)

14 comentários:

  1. Flaubert Marques da Cruz

    Depois de assistir o documentário seria interessante perguntar aos alunos o que melhor caracteriza o ser humano, se ter um cérebro altamente desenvolvido, possuir um polegar opositor, ser ou ambicionar pela condição de liberdade, ou a capacidade de oprimir seus semelhantes, rebaixando esses a condição inferior em dignidade mesmo em relação a animais como cães e porcos?
    O filme faz uma série de brincadeiras apresentando definições de diversos tipos de seres e objetos, mas, afinal, o que é uma definição? Cada coisa precisa de uma definição? Qual é a utilidade de utilizarmo-nos de definição quando tratamos com diferentes seres e objetos?
    Não é a ciência ou tecnologia que ajudariam a humanidade a solucionar os problemas relativos a fome, a miséria e as desigualdades sociais, mas sim a Política, pois, há tempos já se possuem recursos tecnológicos para eliminar uma série de mazelas consideradas típicas de países como Brasil, México, Nigéria etc.
    Não somos superiores aos demais seres vivos, se assim fossemos utilizaríamos nossos esforços físicos e mentais no ofício de estabelecer vida plena de dignidade e liberdade para todos os membros da sociedade.
    Textos da cartilha que se associam as temáticas abordadas pelo filme “Ilha das flores” são, “Direito de ter direitos”, p. 23, “Meu caro amigo” p. 35 e 36, “Sarjeta”, p. 37 e “A fabricação do menor no trabalho”, p. 41.
    Acredito que há uma informação errada na cartilha. A música “Meu caro amigo”, que se apresenta nas páginas 35 e 36 não é de Paulinho da Viola, mas sim de Chico Buarque. Tanto é que “Marieta”, é citada no texto. No início dos anos 70 Marieta Severo e Chico Buarque eram casados e estavam na Itália. Eles não foram exatamente exilados politicamente, mas, simplesmente, orientados a não retornarem ao Brasil.

    ResponderExcluir
  2. Flaubert Marques da Cruz

    Recentemente assisti um pequeno documentário, na verdade uma entrevista com o escritor Eduardo Galeano, julguei muito pertinente o que ele comentou diante da câmera sobre o literato e o artista em geral. Acredito que o mesmo se aplica ao filósofo. Transcrevi abaixo um pequeno trecho do que foi dito no tal documentário, só tomei a iniciativa de enviar para vocês porque concordo com o que o autor disse no vídeo:

    Pergunta: Qual você acha que é, hoje em dia, nesse mundo, a função da literatura, a função da arte?
    Resposta: A verdade é que é muito difícil dar uma resposta que não pareça pedante ou arrogante ou que não pareça que a gente atribui aos artistas uma função privilegiada no mundo, como se Deus nos beijou no berço e nos escolheu para salvar os outros. Eu não acredito nisso de jeito nenhum. Não acredito em nenhum tipo de aristocracia, nem na do talento, ainda mais quando a aristocracia do talento é auto-eleita, porque somos nós, os literatos, os artistas em geral que no zoológico humano habitamos a jaula dos pavões.

    ResponderExcluir
  3. Então ficamos continuamente nos cumprimentando por sermos bonitos e inteligentíssimos e eu não concordo com isso. Acho que o exercício da solidariedade, quando se pratica de verdade, no dia-a-dia é também um exercício de humildade que ensina a se reconhecer nos outros e a reconhecer a grandeza escondida nas coisas pequenininhas, o que implica denunciar a falsa grandeza nas coisas grandinhas em um mundo que confunde grandeza com grandinho. Faz pouco tempo, em uma entrevista que me fizeram em Madri um jornalista me falou: “Lendo os seus livros sinto que você tem um olho no microscópio e outro olho no telescópio”, e achei uma boa definição das minhas intenções do que eu gostaria de fazer escrevendo ser capaz de olhar o que não se olha, mas que merece ser olhado, as pequenas, as minúsculas coisas da gente anônima, de gente que os intelectuais costumam desprezar. Esse micro-mundo onde eu acredito que se alimenta de verdade a grandeza do universo e ao mesmo tempo ser capaz de contemplar o universo através do buraco da fechadura, ou seja, a partir das pequenas coisas ser capaz de olhar as grandes, os grandes mistérios da vida, o mistério da dor humana, mas também o mistério da persistência humana nesta mania, às vezes inexplicável de lutar por um mundo que seja a casa de todos e não a casa de pouquinhos e o inferno da maioria e outras coisas mais.

    ResponderExcluir
  4. A capacidade de beleza, a capacidade de formosura da gente mais simples, às vezes da gente mais singela que tem uma insólita capacidade de formosura que, às vezes se manifesta em uma canção, em um grafite, em uma conversa qualquer a que as crianças têm... o que acontece é que depois nós, adultos, ocupamos em transformá-las em nós mesmos e aí destruímos a vida delas mas, temos que ver o que é uma criança, não? São todas pagãs... Faz pouco tempo eu sofri uma tragédia, morreu meu companheiro Morgan, meu cachorro, meu companheiro de passeio que me acompanhava também escrevendo porque, quando eu perdia a mão, e já levava 18 horas escrevendo, com sua perna me dizia: “vamos, nos vamos, a vida não termina aqui, nos livros, vem, vamos passear juntos” e aí íamos os dois e ele morreu assim que eu andava com uma música muito ruim na alma e, realmente, falando de perdas, a perda de Morgan foi muito importante para mim me arrancou um pedaço do peito e, bem, estava assim, muito triste e saí a caminhar aqui, pelo bairro e era cedo, de manhãzinha, não conseguia dormir, me vesti, fui caminhar e cruzei com uma menina, muito nova, devia ter uns dois anos, não mais que dois que vinha brincando na direção oposta e ela vinha cumprimentando a grama, a graminha, as plantinhas.

    ResponderExcluir
  5. “Bom dia graminha”, dizia: “bom dia graminha”. Ou seja, nessa idade, somos todos pagãos, e, nessa idade, somos todos poetas, depois o mundo se ocupa de apequenar nossa alma. Isso que chamamos crescimento, desenvolvimento.

    ResponderExcluir
  6. Pergunta: Ainda existe espaço para a utopia no mundo de hoje?
    Resposta: Sim, no sentindo que deu a ela Fernando Birri em uma frase que, injustamente, se atribui a mim. Em um dos meus livros eu citei uma frase dele, dizendo que era dele e as pessoas atribuem ela a mim, pobre Fernando, mas é dele. Estávamos juntos em Cartagena das Índias, a belíssima cidade colombiana, e fizemos uma palestra juntos na universidade um pouco no estilo dos sobrinhos do pato Donald, cada um começava a frase que o outro terminava e no final, um dos estudantes se levantou e perguntou para ele, não para mim “Para que serve a utopia?” e ele respondeu da melhor forma eu nunca escutei uma resposta melhor. Ele disse que se fazia essa pergunta todos os dias. Para que servia a utopia? Se é que a utopia servia para alguma coisa... Ele disse: “vejam bem, a utopia está no horizonte e se está no horizonte eu nunca vou alcança-la porque, se caminho dez passos, a utopia vai se distanciando dez passos e se caminho vinte passos a utopia vai se colocar vinte passos mais além ou seja que eu sei que jamais, nunca, vou alcança-la. Para que serve? Para isso, para caminhar”.

    ResponderExcluir
  7. Parabenizo a iniciativa da formação do educador de Eja. O documentário deixa aberto para várias questões e rico na sua interdisciplinariedade, mas do que isso,as questões sociológicas,politicas.A modalidade da EJA é especialmente para "provocar" a indignação dos "assujeitados"(alunos x educadores). A diferença dos que conseguem o alimento com o "lucro" , dos que conseguem com o suor do seu trabalho, que são poucos que conseguem, e é muito angustiante que num país de uma extensão continental, terra fértil, mão de obra farta, tecnologia na área agrícola para exportar, e mesmo assim,a sua grande maioria tenha que comer as sobras do dono do "porco" aprisionados pela "porteira". Quantas porteiras teremos que ultrapassar?

    Eloina Lima Alves
    Pedagoga

    ResponderExcluir
  8. Flaubert Marques da Cruz

    Outro filme sobre temática similar é um curta, com mais ou menos 17min. Filme de Leon Hirszman, o mesmo diretor do famoso “Eles não usam black-tie”. A tal fita é de 1962 e se chama “Pedreira de São Diogo” e trata de um grupo de trabalhadores de uma pedreira que se recebem ordens para dinamitar uma região na qual há uma série de barracos. Mas eles sabem que simplesmente se recusarem a fazer o tal trabalho não seria uma boa ação pois, o patrão os colocaria na rua e conseguiria outros homens para fazer o trabalho. Conseguem, se articular com a comunidade e organizar algo um pouco diferente do que as tradicionais ações grevistas. Vale a pena assistir esse. É minha sugestão para algum momento numa das nossas reuniões futuras. Vi esse filme recentemente e gostei por demais dele.

    ResponderExcluir
  9. Flaubert Marques da Cruz


    Outra coisa: quando será nossa próxima reunião? Alguém deixe um comentário aqui informando a data.

    ResponderExcluir
  10. Paulo Adriano


    1- Ótima escolha do documentário ilha das flores como atividade para ser discutida na sala de aula da EJA.
    O documentário foca nas questões relacionadas com a realidade de vários alunos da EJA. Com base nisso , além do conteúdo ser extremamente dlicado, deve-se haver uma preocupação em como abordar esses temas .
    Devemos ressaltar sempre os principais problemas sociais que enfrentamos no nosso quotidiano e colocar em discussão como devemos agir de forma correta para solucionarmos esses problemas.
    É de fundamental importância aproveitar a "bagagem de experiência de vida" que o aluno da EJA possui e relacioná-las com o coneteúdo abordado na sala de aula, no caso o documentário ilha das flores que retrata a triste realidade do mundo em que vivemos no qual há uma hierarquia social totalmente contraditória no seu processso histórico de formação e atualmente desigual ,no que se refere a economia capitalista.
    O foco central da discussão sobre o documentário seria a questão da desigualdade social , um problema que afeta a maioria da população na qual estamos obrigatóriarmente inseridos e onde quase tudo é mercantilizado e infelizmente quem não possui condições financeiras para usufruir dos bens oferecidos pelo capital , acabam sendo marginalizados mediante a sociedade.



    2- Um texto muito interessante CONTINHO, de Paulo Mendes Campos que seria possivel fazer uma relação de modo que retrata triste realidade do cidadão do sertão de pernambuco no qual demonstra uma falta de identidade assim como os catadores de lixo do documentário ilha das flores, pessoas que sofrem bastante por conta das desigualdades sociais. A partir da leitura e posteiormente a escrita, o aluno da EJA tem a possibilidade de se deparar com a sua realidade, bem como enchergar o mundo de modo diferente, ou seja , o aluno irá desenvolver sua criticidade.




    3- O fato de termos um " telencéfalo altamente desenvolvido e um polegar opositor" de mneira alguma nos coloca superiores a qualquer ser vivo. No entanto váias pessoas tiram proveito dessa"racionalidade" para acumular riquezas , contribuindo assim para uma maior desigualdade de classes na qual os menos favorecidos acabam sofrendo bastante com uma vida miserável e impossibilitado de se reproduzir socialmente.

    4- São várias as contribuições da ciências no ensino da EJA , devido a um leque de conhecimentos muito abrangente no qual podemos trabalhar principalmente temas relacionados com o consumismo ,miséria, fome, doenças, e v´rios outros que estão presentes no nosso dia-a-dia e nos afeta diretamente.

    ResponderExcluir
  11. É a desigualdade social,uns com muitos eoutros sem nada tendo que comer as sobras dos outros para matar a fome.O aluno do eja ao ouvir falar sobre o assunto vai se deparar em alguns casos com a sua realidade, então vou ouvi-los e vamos entrar em discussão falando sobre a desigualda social, a fome etc...
    angela formada em padagogia

    ResponderExcluir
  12. QUANDO SERÁ O PRÓXIMO ENCONTRO? NA AULA PASSADA FICOU DECIDIDO QUE IRIAM RESOVER.

    ResponderExcluir
  13. AMANDA FIGUEIRA NUNES SANTOS14 de julho de 2011 às 05:40

    1. Eu começaria a análise do filme perguntando se alguém viveu ou vive nesta situação, se a pessoa se sentir a vontade poderia nos contar sua experiência, quais são as dificuldades que enfrentam, o que entende como lucro, qual o impacto de tanto de lixo na natureza, o mal que traz para saúde sobrevive do “lixo”, o que podemos fazer para melhorar a realidade.

    2. Os textos que apresentam semelhança com o documentário que trata à miséria, o poder do dinheiro, a questão do lixo, falta de direitos básicos dos cidadões são os da pg.23(Direito de ter direito), pg. 41( A Fabricação do Menor no Trabalho), pg. 37(Sarjeta).

    3. Em minha opinião estas são características físicas que nos tornam apenas mais hábeis, ágeis e capazes de realizar certas tarefas como memorizar, raciocinar, manusear objetos, etc. O que sentimos, como nos impomos no mundo, nossas opiniões, nosso poder de decisão, nossa capacidade de liberdade nos distinguir melhor de outros seres vivos.
    Pois seres que por algum motivo tenham algum problema nessas áreas como deficientes mentais e físicos, não são inferiores aos outros “saudáveis”, podem se considerar seres vivos “superiores”, pois superam suas dificuldades e podem desenvolvem outras áreas do seu corpo.
    Podemos nos considerar superiores se souberem respeitar o próximo e o ambiente em que vive, ter dignidade e honestidade no que faz, distinguir o certo do errado, saber amar.

    4. Hoje temos medidas simples que alem de fazer bem a natureza pode se torna uma fonte de renda como a reciclagem de materiais como latas, papéis, garrafas pet, etc.
    Muitos donos de supermercados feiras, armazéns e etc. podem doar o excedente de seus produtos para pessoas que necessitam.
    Campanhas para conscientizar as pessoas de que sobrevive no lixo, se alimentar, traz doenças ao seu organismo.
    Jogar lixo em lugares adequados, construção de aterros sanitários, apoio aos recicladores são medidas que podem ser tomadas pelos nossos governantes.

    AMANDA FIGUEIRA NUNES SANTOS

    ResponderExcluir
  14. Começaria a análise do filme perguntando se alguém vive ou se já se deparou com este tipo de situação, se alguém falar que sim, vou ouvi-los e vamos entrar em discussão falando da fome miséria e desiguldade social.
    Os textos que estão relacionados com o documentário são pág. 23 (Direito de ter direito), pág. 41 (A fabricação do menor no trabalho), pág 37 (Sarjeta)que tratam da miséria, o poder do dinheiro, a questão do lixo, falta de direitos básicos dos cidadões.
    Na minha opinião são várias contribuições da ciência na Eja, no qual podemos trabalhar temas relacionados com o consumismo, fome, doenças e etc.

    Jucicleide (Pedagogia)

    ResponderExcluir