quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Queda nas matrículas da EJA - uma realidade nacional

Matrículas de jovens e adultos caem pela metade em SP

Para especialistas, País tem sido ineficiente em mobilizar alunos que não completaram ensino fundamental e médio na idade adequada
07 de setembro de 2011 | 12h 29
MARIANA MANDELLI - O Estado de S. Paulo
As matrículas em Educação de Jovens e Adultos (EJA) caíram pela metade nos últimos sete anos no Estado de São Paulo. Em 2004, existiam 1.177.812 alunos matriculados na modalidade em escolas paulistas. Em 2010, dado mais recente, o número despencou para 606.029 – queda de 48,5%.



Os dados, que constam no Censo Escolar do Ministério da Educação (MEC), estão no Plano Plurianual 2012-2015 do governo do Estado e retratam todas as redes de ensino – estadual, municipal e particular. Em São Paulo, 98,8% dos alunos de EJA são atendidos nas redes públicas – destes, 61,9% estudam em escolas estaduais e 36,9% em unidades municipais.

A EJA é uma modalidade de ensino destinada a quem não completou o ensino fundamental e médio na idade adequada por algum motivo. Ela pode ser oferecida em cursos presenciais, a distância ou mesmo com exames supletivos. Desde 2007, a EJA recebe financiamento do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Atualmente, o índice de analfabetismo funcional na Região Sudeste é de 16%, segundo o Instituto Paulo Montenegro. Não há dados por Estado.

Especialistas em EJA apontam vários motivos para o declínio – não apenas em São Paulo, mas também em outros Estados. “A queda é observada em todo o Brasil e o principal motivo é a ineficiência de mobilização do público”, diz Maristela Barbara, diretora de formação e acompanhamento pedagógico da organização não governamental Alfabetização Solidária (AlfaSol).

Para ela, falta atenção do poder público. “Só 24% das escolas do Brasil oferecem EJA. Os colégios têm de estar onde estão esses alunos”, diz. “Há mais de 30 milhões de analfabetos funcionais, mas apenas 3,7% estão matriculados na modalidade.”

Para os especialistas, outra dificuldade é o fato de a EJA reproduzir o ensino regular. “O modelo está em crise e não combina com o estilo de vida dos alunos”, afirma Orlando Joia, diretor de curso do Colégio Santa Cruz. “Além disso, o saldo demográfico está negativo: tem mais gente saindo de São Paulo do que chegando e, normalmente, eram essas as pessoas atendidas.”

Vera Masagão, da Ação Educativa, afirma que ainda faltam políticas específicas dos Estados e municípios para a modalidade. “Devemos pensar em modelos mais flexíveis, que devem ser incentivados pelos governos”, afirma. “Muitos alunos trabalham e é difícil conciliar tudo.”

Para a Secretaria de Educação de São Paulo, a queda de matrículas é reflexo da correção do fluxo escolar – ou seja, os alunos estão estudando nas séries em idade correta. De acordo com a pasta, São Paulo tem, entre a população de 15 a 17 anos, a maior taxa de escolarização no ensino médio do País.

No caso do ensino fundamental oferecido por EJA, a secretaria afirma que a queda de matrículas se deve ao esgotamento do fluxo, que era “ascendente por conta da demanda reprimida no passado e por causa das exigências do mercado de trabalho”. O governo ainda lembra que uma deliberação do Conselho Estadual de Educação (CEE) elevou, em 2009, a idade mínima para ingresso na EJA – o que obrigou uma parcela dos alunos a se matricular no ensino regular.

A rede privada de ensino paulista é responsável por apenas 1,2% das matrículas de EJA – em 2001, essa taxa era de 11,2%. Algumas escolas fecharam cursos nos últimos anos por diversos motivos. No Colégio Nossa Senhora das Graças, o curso, que era oferecido com apoio da Ação Social da Associação Pela Família, acabou por causa da adequação à lei 12.101, que estabeleceu novas normas para entidades filantrópicas. No Colégio Rainha da Paz, a baixa demanda deve levar ao fechamento das turmas em 2012.


http://www.estadao.com.br/noticias/vida,matriculas-de-jovens-e-adultos-caem-pela-metade-em-sp,769546,0.htm


Gostaríamos que todos comentassem essa notícia, associando-a à ausência de formação docente específica para a EJA.

E em Sergipe, como anda a EJA?? Vamos todos buscar informações e traçar o mapa da EJA em nosso Estado, ok??

Mais uma vez, aguardamos a participação de todos!!!

3 comentários:

  1. Acredito que essa evasão esteja ligada ao método de ensino proposto pelos educadores, pois estes por diversas vezes infantilizam suas aulas, assim tratando o seu aluno como criança ou até mesmo forçando um tratamento que talvez este não tera recebido dos seus pais, estes jovens e adultos não querem ser tratados assim, eles tem capacidade suficiente para discutir, opnar, formalizar suas ideias, pois estes sabem o que buscam nestas aulas, não são "crianças em fase inicial de aprendizagem", não há necessidade da ilusão ou até mesmo de termos como "quero que vocês façam bem bonitinho", acreditem eles não gostam!Outro fato seria a forma como eles são tachados, em sua maioria de "burros", PESSOAL, ACREDITEM ELES NÃO SÃO! Temos sim alguns com mais conhecimentos que outros mas nada que impeça a utilização de termos mais complexos desde que estes sejam desmenbrados de forma simples posteriormente para uma maior compreensão, o mesmo desejo que eu possuo de ter uma visão ampla, um conhecimento mais avançadado seja de qual for o tema acedito que estes alunos também mereçam ter, e com certeza ELES TEM!Por que ficar no mais simples, fácil, se o que chama a atenção é o que esta mais "distante" do nosso cotidiano! Pensem nisso!!! Att, Cláudia Suanny.

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  2. COORDENADOR DA EJA - ESCOLA MONS. DALTRO - LAGARTO

    AQUI NA MINHA REGIÃO A SITUAÇÃO É A MESMA, TODOS OS ANOS A EVASÃO ACONTECE.

    QUAL É A SOLUÇÃO? ALGUÉM PODE ME AJUDAR?
    ATÉ FAZER SORTEIO DE CELULAR COM ALUNOS DE FREQUEWNCIA E NOTA BOA, E ETC JÁ FIZEMOS E NADA MUDA.

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  3. Professora - Coordenadora,

    Acreditamos que uma próvável solução seja investir na Formação do Docente que atua diretamente com a EJA.
    Venha falar conosco!
    participe dos nossos eventos!

    Josefa- Seppeja/Codap/UFS

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